Entrevista com Mark Patton
Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.
E hoje, com vocês, o ator Mark Patton
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
M.P.: O Cinema foi um segundo amor, o Teatro veio primeiro. Eu fiz minha estreia na Broadway com uma grande atenção da mídia. "James Dean, o Mito Sobrevive", foi o epicentro da mudança de área. Cher, Sandy Dennis, Karen Black, Kathy Bates e eu, dirigidos pelo autor Robert Altman... após a conclusão de uma temporada na Broadway, começamos imediatamente a filmar, e a produção deu o tom da minha vida.
2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida.
M.P.: Os filmes mais importantes foram históricos, em nenhuma ordem particular O Talentoso Ripley, Retrato de uma mulher, Edward II, Brokeback Mountain, Meu querido companheiro e por diversão, eu adoro O Diabo veste prada. Meus amigos me chamam de Miranda Priestly “that's all”.
3) O que te inspirou a criar o documentário "Scream, Queen! My Nightmare on Elm Street"?
M.P.: O "Universo" me chamou para conceber ""Scream, Queen! My Nightmare on Elm Street". Eu intuitivamente sabia que era uma história poderosa que precisava ser contada, e simplesmente dei um passo de cada vez sempre acreditando que seria feito. Por exemplo, quando precisávamos de um advogado, apareceu, mas como ele era advogado, apareceu com uma grande conta anexada. Eu não entendia as dificuldades e não imaginava as despesas de fazer um filme assim, mas a ignorância me deu forças para continuar seguindo em frente
4) O que fez você decidir se afastar da atuação nos anos 80?
M.P.: Em retrospecto, eu me afastei por medo... medo de que eu estava prestes a realizar meus sonhos, mas também ser exposto de forma negativa. Era um preço alto e eu fugi. Esse é o maior arrependimento da minha vida, pois deveria ter ficado na luta. Eu estava em uma zona de conforto e me sentia entrando numa arena nu e muito vulnerável.
E o que te trouxe de volta nos anos 2000?
M.P.: Senti que eu estava pronto para lutar pelo meu próprio respeito. O Show business não me devorou e eu sabia disso.
5) Eu cresci como um grande fã de A hora do pesadelo, assistindo os dois primeiros no final dos anos 80 na Televisão (precisamente, 02/12/1988 e 12/04/89, respectivamente) e eu admito que, ainda que eu tenha revisto eles várias vezes naqueles anos, não percebi o subtexto, que é tão evidente. Hoje vejo o filme de forma completamente diferente, reconhecendo que ele é bem melhor do que eu pensava que era na época.
M.P.: Bem, porque não foi codificado para você.
M.V.: Sem dúvidas. A representatividade neste filme foi muito forte. Jesse foi um dos melhores personagens de Elm Street. Ainda que encriptado, ele certamente dialogou com as pessoas que se enxergaram nas telas.
M.P.: Eu sempre vivi e continuarei vivendo Jesse e a "Vingança de Freddy". Tudo no filme funcionou como deveria.
M.V.: Neste sentido, o documentário "Scream, Queen! My Nightmare on Elm Street" é um poderoso mecanismo para reconhecer melhor as nuances do filme.
6) Agora voltando para sua área de atuação. Qual trabalho que você fez que te deixou mais orgulhoso? Em contrapartida, qual se arrependeu? Ou mesmo, faria diferente...
M.P.: Curioso que o maior orgulho e o grande arrependimento estejam ligados ao mesmo filme. A hora do pesadelo 2 foi a referência da minha vida, ao passo que, como citado, o medo me fez viver menos a experiência do que havíamos feito. Eu sou adulto, um ativista gay, e sou muito forte agora. Eu não era quando eu tinha 20 e poucos anos.
7) Para finalizar, cite uma frase famosa do cinema que representa você.
M.P.: "Dez mil flores na primavera, uma brisa fresca no verão, a lua cheia no outono, neve no inverno... quando sua mente não está nublada por coisas desnecessárias Esta é a melhor estação da sua vida." Por Wu-Men
Busque, pergunte, bata em portas. Comece onde você está, faça o que puder com a Graça, peça ajuda e acredite que Deus ajudará.
M.V.: Obrigado Mark...
M.P.: Obrigado. 💓