Entrevista com Robert Kurtzman


Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.

E hoje, com vocês o técnico de efeitos especiais e maquiagem Robert Kurtzman.

Boa sessão:


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

R.K.: Como muitas crianças, meus pais nos levaram ao cinema para ver filmes da Disney. Eventualmente, eles nos levaram para ver filmes tensos no drive-in. Meu verdadeiro amor pelo cinema começou quando eu descobri sessões de terror noturno e sábado à tarde TV ou matinê. Eles passavam filmes dos anos 50 e 60 e os filmes da Hammer. Então, com o advento da fita de VHS, de repente foi possível procurar estes filmes para assistir, sendo que a maioria era inédito para nós 


Você poderia assistir a filmes que não era permitido para ver porque você era muito jovem ou poderia procurar algo que você sentia falta de ver nos cinemas. Na televisão tudo era muito gráfico. Neste ponto, eu me tornei um consumidor insaciável. Às vezes, alugava seis filmes e os assistia a noite toda. Depois de assistir a um filme, eu começava, parava e voltava. Fiquei fascinado e nunca era o suficiente


2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga  qual o filme mais importante da sua vida. 

R.K.: "Mágico de Oz" foi um filme incrível para a época. King Kong, de 1933 foi fenomenal. Eu os mencionei porque eram algo que eu vi quando criança e não podia acreditar que eles conseguiram fazer aquilo. O filme que eu acho perfeito? Caçadores da arca perdida..


3) Como foi trabalhar em um filme tão importante para os fãs como "Doutor Sono"? Afinal, era um Stephen King e uma continuação de "O iluminado". Deve ter sido não só uma honra, mas também assustador, não é?  Digo no sentido da responsabilidade...

R.K.: Foi uma honra poder trabalhar no filme. Havia algo incrivelmente especial em andar nesses sets. Já tive filmes mais complicados, mas trabalhar com Mike Flanigan também torna tudo mais fácil. Ele é muito específico e tem uma visão clara do que é necessário para seus filmes.


4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Lembra-se de alguma história legal que tenha acontecido  durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar conosco? Alguma história de bastidores por exemplo .

R.K.: No set de "Do além" nós nos sentávamos no set todos os dias com uma geleca viscosa, tipo um slime. Nós usamos uma tonelada naquele filme. Tudo feito com methocel... que endurece quando seca. Quando terminávamos o dia, saíamos, mas todas as partes de nossas roupas ficavam duras. Você podia ouvir nossas roupas se quebrando. Mais parecia que nossos ossos estavam quebrando enquanto caminhávamos. Era um horror.


5) Se pudesse, por um dia, ser um diretor (ou diretora) do cinema clássico (de qualquer país) e através deste dia, ver pelos olhos dele (a), uma obra prima sendo realizada, quem seria e qual o filme? E claro… por quê?

R.K.: Não quero ser estraga prazeres, mas não faço a menor ideia. Mesmo.

M.V.: O que vale é a resposta sincera, não importa qual.


6) Agora voltando à sua área de atuação. Qual trabalho realizado você ficou profundamente orgulhoso? 
E em contrapartida, o que você  mais se arrependeu  de fazer, ou caso não tenha se arrependido, teria apenas feito diferente?

R.K.: O trabalho de que mais me orgulho atualmente é a série "A Maldição da Residência Hill".

M.V.: E em contrapartida, o que você  mais se arrependeu  de fazer, ou caso não tenha se arrependido, teria apenas feito diferente?

R.K.: O que me arrependo de fazer?  Nada. Tudo o que fiz foi uma experiência. Ou você aprende com o erro e traça caminhos melhores ou segue em frente errando. Seja como for, é uma experiência.


7) Para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.

R.K.: "Não faço ideia do que diabos está lá, mas é estranho e esta com raiva". Do filme "Enigma do outro mundo".

M.V.: Uma grande obra prima. Obrigado amigo. Foi uma honra. 

 

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