Entrevista com Sergio Molina
Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.
E hoje, com vocês o ator, produtor e filho do saudoso Paul Naschy
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
S.M.: Bem, foi fácil para mim, pois meu pai era apaixonado por cinema muito tempo antes de mim. Ele nos transmitiu sua paixão pela sétima arte e principalmente pelos filmes de fantasia e terror. A primeira experiência de que me lembro é assistir a um filme de meu pai "A noite de Walpurgis" (Lobisomem Vs Mulher Vampira) em um programa de televisão na Espanha chamado "Meus terrores favoritos" apresentado pelo grande Chicho Ibáñez Serrador. Naquele momento descobri que meu pai era um lobisomem!
2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar várias obras, nos diga qual o filme mais importante da sua vida.
S.M.: São muitos, acho que entre eles posso citar "Nosferatu" (Murnau), "King Kong" (1933), "Frankenstein encontra o homem-lobo" (filme que assisti várias vezes com meu pai), "Drácula de Bram Stoker" (Coppola) ... Há muitos filmes que eu adorei ver na tela do cinema.
3) Como foi crescer no mundo cinematográfico de Paul Naschy? Quanto de sua paixão pelo cinema veio das experiências com seu pai?
S.M.: Meu pai compartilhou sua paixão pelo cinema para nós de uma forma incrível. Desde criança vivenciei suas filmagens, caracterizações, seus roteiros e o esforço dele para tornar todos aqueles filmes possíveis na tela grande. Depois de mais de 40 anos de carreira e 120 filmes, já dediquei uma parte importante da minha vida ao cinema e ao mundo audiovisual, então acho que sim, algo me transmitiu.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Lembra-se de alguma em particular que possa compartilhar conosco?
S.M.: Muitas situações engraçadas acontecem num set. No caso do meu pai eu lembro que em "Rojo Sangre" eu fiz o dublê do meu pai porque a gente e parecia e ele queria descansar. Então eu tive que matar um cara em uma garagem vestido de Gilles de Rais e com uma grande peruca. Nesse filme, eu estava na equipe de produção e foi uma experiência incrível porque trabalhei acabei trabalhando com Paul Naschy e fazendo Paul Naschy.
5) Se você pudesse ser um ator em um filme clássico, qual seria o filme?
S.M.: Provavelmente de Lon Chaney em O Fantasma da Ópera. Eu teria adorado a experiência de filmar uma obra prima da "Era Muda de Hollywood".
6) Qual é o seu trabalho favorito do seu pai? E em contrapartida, há algum que você não gosta?
S.M.: Tenho vários favoritos do meu pai, "O jardim do Francês", "O Andarilho", "A Noite do Lobisomem", "Inquisição" e "O corcunda do necrotério". Dos que não me convencem "A fúria do Lobisomem" e "Empusa" embora quase em todos eu encontre algo de interessante.
7) Para finalizar, cite uma frase famosa do cinema que representa você.
S.M.: “Não pode chover o tempo todo” de O corvo.