Entrevista com Rodrigo Tannus


Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.

E hoje, com vocês o ilustrador Rodrigo Tannus


Boa sessão:


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

R.T.: Me considero um apaixonado por cinema e acho que essa paixão começou quando vi pela primeira vez Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros aos 5 anos. A partir desse ponto eu comecei a adentrar cada vez mais na sétima arte, seja alugando VHS, gravando os filmes da TV, alugando ou comprando DVDs. 

Já nessa época eu gostava de criar e desenhar histórias que continuassem alguns filmes, principalmente os de animais gigantes assassinos, e foi como surgiu a união da ilustração com o cinema. 

Minha relação com o cinema é bem diversificada (apesar de trabalhar mais no ramo de ilustração para terror e horror), pois sou daqueles que gosta de um clássico como Ben-Hur e também de um Velozes e Furiosos. Entretanto minha coleção é mais de filmes de terror, como os Slashers, filmes da Hammer Studios, Monstros Clássicos da Universal, entre outros. 

2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida.

R.T.: Com toda certeza Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros. 

M.V.: Tenho uma história curiosa sobre este filme. Quando ele estreou, eu ganhei 4 ingressos num sorteio da rádio Transamérica e assisti 8 vezes no cinema (fiquei duas sessões em cada dia). Mas como amo o filme, sempre fiquei com o sentimento de que gostaria de ter pago para vê-lo, pois ele valia cada centavo.

3) Como se tornou ilustrador? Seus trabalhos são cada vez mais notáveis, a ponto de chegarem às belas edições da Versátil Home Vídeo nos últimos meses.

R.T.: Minha formação é em Arquitetura e Urbanismo e me formei em 2018. Entretanto com a pandemia a área de construção sofreu uma drástica queda e eu acabei tendo que me adequar a uma nova realidade. Nesse momento eu comecei a fazer algumas ilustrações e postá-las nas redes sociais e também dava aulas particulares de desenho. Então começaram a surgir algumas encomendas, uns serviços de ilustração de estampas de camisas, entre outros. Nessa época decidi que iria atuar no nicho de filmes de terror e quando achei que tinha um portfólio pronto para o mercado, selecionei algumas marcas/empresas a qual meu trabalho se encaixava e mandei um e-mail me apresentando. 

Dentre elas estava a Versátil Home Video que me deu a honra de poder fazer o primeiro trabalho com eles: A Hora do Lobisomem. O mais engraçado é que quando o Fernando Brito entrou em contato comigo, eu estava assistindo A Bruma Assassina, lançado justamente pela Versátil no Essencial Carpenter. Com toda certeza, esse lançamento me impulsionou dentro do mercado e acabei meio que tornando referência em um nicho bem específico da ilustração de terror. Atualmente 90% dos meus trabalhos são nesse segmento, porém em vários tipos de produto, como: capas de filmes, camisetas, rótulos e embalagens, pôsteres...

4) Boris Vallejo fez alguns dos mais memoráveis pôsteres de filmes dos anos 80, como Férias Frustradas, Phoenix, a Guerreira, Deathstalker - O Guerreiro Invencível e Rainha Guerreira. Há algum profissional em particular que o inspira?

R.T.: Existem vários artistas que me inspiram. Dentre eles o mais importante é o Dan Mumford que também atua na área de filmes. Entretanto tenho outros artistas fora desse nicho que também influenciaram meu trabalho, como: Cristiano Suarez, Leandro Massai, Amaury Filho, Ivan Reis, Drew Struzan, Ryan Meinerding...São tantos! 


5) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com arte tem suas pérolas. Há alguma que possa nos contar?

R.T.: Sempre tem várias histórias! Mas uma coisa que sempre é recorrente nessas histórias são clientes que acham que o artista desenha e domina todas as vertentes de ilustração: realismo, cartoon, abstrato…o que não é verdade! Os clientes ficam incrédulos ou desapontados quando descobrem que cada artista tem o seu próprio traço e estilo visual e que na verdade cabe a eles procurarem um ilustrador que trabalhe na proposta que eles necessitam. 

6) Agora voltando para sua área de atuação. Qual trabalho que você fez que te deixou mais orgulhoso?  Em contrapartida, qual teria feito diferente?

R.T.: Todos os meus trabalhos possuem um carinho da minha parte. É quase como perguntar qual é o filho preferido. Se pudesse escolher, tem 2 artes que tenho uma sensação de orgulho quando as vejo: Rastro de Maldade (Bone Tomahawk) e o Tropas Estelares (Starship Troopers). Por incrível que parece, uma arte que hoje em dia, após uma bagagem de experiência e técnica maior, faria diferente é a do A Hora do Lobisomem.

7) Para finalizar, cite uma frase famosa do cinema que representa você.

R.T.: “Sem sacrifício não há vitória! ” – Optimus Prime 

M.V.: Obrigado amigo. Sucesso para você.


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