Entrevista com Kevin McTurk

Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.

E hoje com vocês, um dos técnicos em efeitos especiais de filmes famosos, sucessos de crítica e público, chamado Kevin McTurk.

Boa sessão:


1) Como começou a trabalhar na Indústria do cinema?

K.M.: Eu comecei estudando cinema na  Universidade Penn State  e depois de me formar, no verão de 1991, eu fui me aventurar pelos EUA em busca de oportunidades.  Eu consegui um bom dinheiro sendo contratado como técnico de efeitos especiais no estúdio de Stan Winston (que foi fundado em 1972). O primeiro trabalho que fui contratado foi com os pinguins mecânicos de Batman - o retorno, em 1992. O próximo projeto do estúdio foi Jurassic Park. Foi incrível o tempo que passei trabalhando nos efeitos. Stan era muito generoso em promover funções aos marionetista contratados.

Com isto, fiquei apto à função nos 3 filmes da série. No primeiro, com o Raptor bebê, no segundo filme, Mundo Perdido, naquela cena do ataque dos dinossauros pequeninos e no terceiro filme, na cena do ataque em conjunto dos Raptors. Depois veio Congo (95), Instinto (99), Galaxy Quest (no mesmo ano) e outros vários projetos.

E pelos próximos 15 anos, eu ampliei minhas funções em outros lugares, incluindo  Amalgamated Dynamics, KNB, Jim Henson Creature Shop, New Deal Studios, Spectral Motion, e Weta Workshop (onde eu trabalhei com Peter Jackson em  King Kong).Eu também fui intérprete de criaturas em muitos filmes, incluindo  Máquina do tempo (2002), Possuída: O Início (2004)   e Ovelha Negra (2006), a comédia de horror onde eu fiz um "lobisvelha" na Nova Zelândia.

2) O que mais te marcou na sua profissão?

K.M.: Trabalhar com os chefes mais inspiradores, incluindo  Richard Taylor da Weta Workshop, Mike Elizalde da Spectral Motion, e o incrível Stan Winston. Cada um destes indivíduos me impulsionaram a seguir meus sonhos como um artista de efeitos visuais.

3) Qual trabalho em sua carreira considera o melhor?

K.M.: Trabalhar em King Kong, na Nova Zelândia foi provavelmente a experiência mais recompensadora da minha vida. Trabalhei em cada departamento, e com a mais talentosa e amigável equipe na minha vida.

M.V.: Eu amo o filme. As pessoas tem o hábito de desdenhar versões novas de clássicos, mas acho o Kong um espetáculo. Peter Jackson estava ainda com a inspiração de Senhor dos anéis. Transformou a história num épico.

4) E como foi trabalhar com Stan Winston?

K.M.: Incrível. Ele era um cara sensacional. Partiu cedo por conta de um câncer. E eu encontrei também artistas talentosos como Shane Mahan, Arjen Tuiten, Bill Basso, e Richard Landon, para dizer somente alguns. É sempre mágico.

M.V.: Eu sou fã do trabalho dele. Lembro-me da primeira vez que vi o seu nome num filme: Zoltan - O Cão Vampiro de Drácula de 1977, que assisti numa sessão de filmes na TV chamada Cine Trash, no final dos anos 80.

5) Existe uma lista dos filmes que marcaram sua vida? 

K.M.: Vou citar os 10 filmes que mais gostei de trabalhar:

1. Jurassic Park , 2.King Kong, 3. Hellboy, 4. Hellboy 2, 5. Entrevista com o vampiro, 6. Batman - o retorno , 7. A ilha do medo, 8. Kill Bill, 9. O Aviator, 10. Hugo

M.V.: Destes que citou, Jurassic Park foi o mais incrível. Nos fez acreditar que dinossauros existem. E isto em 1994. Um marco.

6) Fale um pouco sobre seus próximos projetos.

K.M.: Sim, há um novo e épico projeto em desenvolvimento, que serão uma série de curtas conectados ou um longa completo.  O Spirit Cabinet é uma coleção de filmes de fantoches de fantasmas. Esses filmes são feitos à mão usando fantoches de bunraku de grande escala, efeitos tradicionais de câmera, usando fumaça e espelhos (como nos filmes dos anos 80). Olhe atualizações no meu facebook ou no meu website:  www.TheSpiritCabinet.com. E  recentemente, fiz Stranger Things .

7) Para finalizar, se puder nos deixar uma lição do tempo que se dedica ao cinema, qual seria?

K.M.: Nas palavras do grande Neil Gaiman, "Faça gloriosos e fantásticos erros. Quebre regras. Deixe o mundo mais interessante por estar aqui. E faça boa arte."

M.V.: Obrigado pela sua atenção. A gente se vê nos filmes.


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