Entrevista com Christopher Mitchum
Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.
E hoje, com vocês o ator Christopher Mitchum, filho da lenda Robert Mitchum.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
C.M.: Eu não sou apaixonado por cinema. Foi o meu trabalho por 32 anos. Eu direi o que meu pai me falou certa vez: “Se você acordar de manhã e for trabalhar, desista.” Eu nunca “fui trabalhar”. Eu amava o que fazia. Eu costumava debater comigo mesmo: Qual é o propósito do cinema? É arte? É para entreter? É para ensinar? É para mudar a sociedade? Concluí que é tudo isso, às vezes ao mesmo tempo”. Quando eu era jovem, vi a perturbação que ser ator causou na existência de nossa família, então nunca quis ser ator. No entanto, está no meu DNA e fui atraído por ele. Foi Howard Hawks quem me ensinou a amar atuar.
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
C.M.: Eu não sou apaixonado por cinema. Foi o meu trabalho por 32 anos. Eu direi o que meu pai me falou certa vez: “Se você acordar de manhã e for trabalhar, desista.” Eu nunca “fui trabalhar”. Eu amava o que fazia. Eu costumava debater comigo mesmo: Qual é o propósito do cinema? É arte? É para entreter? É para ensinar? É para mudar a sociedade? Concluí que é tudo isso, às vezes ao mesmo tempo”. Quando eu era jovem, vi a perturbação que ser ator causou na existência de nossa família, então nunca quis ser ator. No entanto, está no meu DNA e fui atraído por ele. Foi Howard Hawks quem me ensinou a amar atuar.
2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida. E há uma razão para a produção que citar ser destacada? Pode incluir filmes que fez, se for o caso...
C.M.: Os dois filmes mais importantes da minha vida são Jake Grandão, com John Wayne, porque me fez uma sensação nos Estados Unidos, e Summertime Killer, porque me fez um astro internacional.
3) Seu pai foi um dos grandes mitos do cinema. Como foi vê-lo atuando, aprender com ele...
C.M.: Meu pai deixava o trabalho no estúdio. Levou anos para eu realmente entender o que ele fazia da vida. Tivemos uma vida familiar bastante normal e ele não falava sobre seu trabalho em casa, por mais incrível ou estranho que pareça.
M.V.: Na realidade, não é estranho. Meu pai, por exemplo, era Polícia Rodoviária Federal. O trabalho dele envolvia inúmeros acontecimentos, mas até a pouco tempo, eu não sabia de nada que acontecia. Soube mais quando ele se aposentou.
C.M.: Precisamente.
M.V.: Você e seu pai são muito parecidos fisicamente. Existe algum filme dele que gostaria de fazer o remake e você atuando como protagonista?
C.M.: Fazer um remake de um de seus filmes? Não. Não teria como ser melhor. Eu não ando nos seus passos. Ando na mesma praia, mas faço minhas próprias pegadas.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história legal que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar conosco? Alguma história de bastidores, por exemplo…
C.M.: Me pegou!!! Eu poderia, mas estou pensando em escrever um livro sobre isso, então não posso te responder. Mas quando sair, me lembre, que te envio um exemplar.
M.V.: Claro, será uma honra.
5) Se pudesse, por um dia, ser um diretor (ou diretora ) do cinema clássico (de qualquer país) e através deste dia, ver pelos olhos dele (a), uma obra prima sendo realizada, quem seria e qual o filme? E claro… porque?
C.M.: O diretor seria Jacques Tourneur e o filme, "Fuga ao passado". Três estrelas futuras (Mitchum, Greer e Douglas), filmadas brilhantemente (o Diretor de Fotografia foi incrível), e se tornou a marca registrada dos filmes Noir.
6) Agora voltando à sua área de atuação. Qual trabalho realizado você ficou profundamente orgulhoso? E em contrapartida, o que você mais se arrependeu de fazer, ou caso não tenha se arrependido, teria apenas feito diferente?
C.M.: Os dois mencionados acima, e eu adicionaria "Os Últimos machões", dirigido por Andrew V. McLaglen. Arrependimentos? Provavelmente a maioria dos meus filmes asiáticos de artes marciais. Eles tiveram muito sucesso em seus próprios países, alguns prêmios vencidos, mas não se traduzem bem nos EUA.
7) Agora, para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.
C.M.: "Nunca seja pego atuando". Não ser fake na tela é essencial. Jamais passe para o telespectador que aquele universo não é real. Jamais.
M.V.: Muito obrigado pelo excelente bate papo meu amigo.