Entrevista com Pury

Sebastião Rocha Reis, conhecido como Pury, é um cinéfilo, colecionador, fotógrafo, artista plástico e amigo pessoal. E hoje é nossa vítima nas 7 perguntas capitais:

Boa sessão:


1) Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo!! 

P.: Quando tinha seis anos,  num cinema de “taboa”, um barracão em Cataguases, comecei  assistir seriados do Capitão Marvel, Super Homem, Rock Lane  e os grandes filmes da Metro e Fox. Naquela época já pegava ponta de filmes para colecionar, talvez por isso sou fotógrafo acho eu.

2) Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte ? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa...

P.: Sim tenho algumas relíquias, infelizmente poucas. Tive muito material em VHS, ainda tenho alguns em Laser Disc.

3) Você é um apaixonado por Buster Keaton. Tem até a filmografia dele completa em Laser Disc. Foi com você, inclusive, que o conheci, pois me emprestou alguns filmes dele em VHS há mais de 20 anos.. O que te atraiu tanto nele? 

P.: O que me atrai no Buster é sua capacidade de inovar e criar seus personagens e os roteiros. Ele é muito atual. Vários grandes nomes do cinema seguiram as ideias dele para fazer filmes que foram grande sucesso. E mais, nunca em nenhum filme ele riu. Não usava dublês e utilizava alternativas incríveis para criar as cenas mais difíceis, numa época em que os recursos eram muito limitados. Ele era “pt e saudação”.


4) Houve alguma experiência ligada à arte que te marcou e que queira compartilhar?

P.: Quando criança gostava de fazer arte em geral e Cataguases era uma cidade onde pude conviver com Humberto Mauro, Eva Nil. Há várias construções de grandes nomes das artes plásticas e da arquitetura, como Niemeyer, Portinari, entre tantos. Todas com inúmeras obras de arte há vários colecionadores e estudiosos. Assim, sempre tive acesso a diversificadas obras, além das próprias construções serem também um trabalho de arte.  Para onde eu olhasse eu via arte... e por isso sempre fui respeitado e incentivado.

Há inúmeros escritores, nos mais diversos estilos, como Ronaldo Werneck e Luiz Rufatto, além da Revista Verde, que está comemorando 90 anos, teve como seus criadores, entre outros,  Ascânio Lopes e Rosário Fusco, com quem tive o prazer de conviver.   

Talvez seja difícil destacar uma experiência apenas, já que convivi com a arte de forma intensa. 

5) Existe uma lista dos "filmes da sua vida"? Ou pelo menos, uns 10 que tenham marcado você...

P.: Sim, vamos lá: Encouraçado Potemkin,  O Grande Ditador, Morte em Veneza, O Incidente, O Anjo Exterminador, Teorema, Evangelho Segundo São Mateus, Fanny e Alexander, Cantando na Chuva, além de todos os filmes do expressionismo Alemão e todos os filmes  do Humberto Mauro e Fernando Peixoto...

6) Além de cinéfilo, é artista plástico. Fale um pouco das exposições que faz. Nunca pensou fazer alguma que se relacione com cinema? 

P.: Como disse, sempre estive envolvido com arte. Ora através da fotografia, ora através do teatro, cinema, mas principalmente pelas artes plásticas. Sempre pintei, mas ultimamente venho me dedicando mais as esculturas, objetos, oratórios e assemblages. 

Meu trabalho tem muito a ver com cinema. Para executar as esculturas, à partir da primeira ideia, sigo um roteiro, como se fosse um verdadeiro story board.Durante cerca de 30 anos fui também responsável pela oficina terapêutica de arte no CAPS CASAVIVA – Centro de Atenção Psicossocial pela Secretaria Municipal de Saúde, em Juiz de Fora. Esse trabalho promove a reinserção social de pessoas com sofrimento mental severo.  

Desde a década de 70 (século passado...), venho fazendo exposições coletivas e individuais, por várias regiões do país, tanto com fotografia, pinturas e esculturas e mais recentemente estive expondo no Centro Cultural do SESI em Mariana, MG. Em novembro/17, dos dias 02 ao dia 25 estarei expondo em Tiradentes, no Centro Cultural YVES ALVES. 

7) Para finalizar, se pudesse deixar uma lição da sua vida dedicada à arte, qual seria?

P.: A arte, seja ela qual for, deve ser respeitada. Ela é sempre fruto de muito suor, persistência e empenho. 

Dê sua opinião, mas sempre com respeito.

E sempre leia, se informe, busque conhecimento, não só sobre a arte, mas em geral. A informação, o conhecimento e a busca de novos conteúdos são os eternos alimentos para qualquer produção artística.

M,V,.: Obrigado amigo. Sucesso para você. 


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