Entrevista com Júlia Pulvirenti

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 Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.


E hoje, com vocês a jornalista e crítica de cinema Júlia Pulvirenti

Boa sessão:

1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

J.P.: Eu sou completamente apaixonada por cinema. Desde pequena sempre assisti muitos filmes com meus pais. Minha mãe adora filmes de terror e me passou esse amor também. Minha sorte é ter encontrado alguém (meu marido) que é tão apaixonado quanto eu. Juntos, já vimos 128 filmes no cinema. Podemos passar horas e horas conversando sobre, lendo críticas, assistindo muitas obras e estudando juntos. Poucas coisas são tão boas quanto deitar na cama após um dia exaustivo e assistir um bom filme com quem eu amo.


2) Coleciona filmes, trilhas sonoras ou algo relacionado à 7ª arte ? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa…

J.P.: Nunca fui muito de colecionar. Porém, agora com a quarentena, resolvi começar meu pequeno acervo.

M.V.: Qual esta sendo seu critério para adquirir filmes?

J.P.: Compro filmes que eu amo e outros que tenho muita curiosidade de ver. Esses tempos peguei um box do Bergman e do John Ford com alguns filmes deles que eu não tinha visto ainda


3) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida. E há uma razão para a produção que citar ser destacada?

J.P.: Com toda certeza é Cidade dos Sonhos, do David Lynch. Foi o primeiro filme que me fez ter vontade de estudar cinema. Me senti tão impactada depois que terminei de assistir, que fui correndo pesquisar sobre. Foi com esse filme que finalmente entendi o quão grandioso o cinema pode ser. É muito mais do que contar histórias. É sentimento puro.


4) Sei que é formada em jornalismo, mas o que desencadeou sua vontade de escrever sobre cinema? E em quais canais de comunicação seus textos podem ser encontrados?

J.P.: Sempre amei escrever e tive várias disciplinas de cinema durante a faculdade. No entanto, foi só no começo de 2020 que resolvi investir nesse meu amor pelo cinema de verdade. Levei os estudos mais a sério. Eu não imaginava que iria começar a escrever oficialmente sobre cinema. Aconteceu naturalmente. Eu fui chamada pelo Pedro Amaro, editor do Canal Claquete, para participar de um podcast. Após isso, ele me fez o convite para fazer parte da equipe. Pouco tempo depois, o Philippe Leão (fundador do Cineplot) me chamou também. Além de escrever para esses dois portais, estou iniciando um podcast com a cineasta e crítica Cacau Barros sobre mulheres no cinema. Se chama “Adoráveis Cinéfilas”. Também escrevo no meu Letterbox. Quem quiser me seguir é @jupulvirenti.


5) Apaixonadas (os) por cinema tem sempre histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. Lembra-se de alguma história legal que tenha acontecido e que possa compartilhar conosco?

J.P.: Acho que vou falar de algo simples e engraçado. O primeiro filme que tenho lembrança de ter assistido na vida foi A Noiva do Chucky, com três anos de idade, ao lado da minha mãe. E não, não fiquei traumatizada. Assim nasceu uma louca por terror (risos).


6) Se pudesse, por um dia, ser uma atriz do cinema clássico (de qualquer país) e através deste dia, ver pelos olhos dela, uma obra prima sendo realizada, qual seria atriz e o filme? E claro… por quê?

J.P.: Certamente a Liv Ullmann, em Persona. Imagina fazer um dos melhores filmes de todos os tempos e ser dirigida por Ingmar Bergman? Que sonho! Adoraria saber como ela se sentiu e como foi gravar a consagrada cena do monólogo com Bibi Andersson.


7) Para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.

J.P.: Vou citar uma fala de Fanny e Alexander, de Ingmar Bergman. Não é uma frase apenas, mas, para mim, é uma das cenas mais bonitas do cinema do diretor:
“Tudo pode acontecer. Tudo é sonho e verdade. Tempo e espaço não existem. Sobre a frágil base da realidade, a imaginação tece sua teia e desenha novos destinos.”

M.V.: Obrigado. Foi um prazer.

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