Entrevista com Fabrício Cavalcanti
Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entrevistado (a) pelo cinema.
E hoje, com vocês ator e diretor brasileiro Fabrício Cavalcanti.
Boa sessão:
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
F.C.: Minha Mãe roteirista da maioria dos filmes da Plateia Filmes/ Ribalta Filmes, quando criança morava literalmente dentro de um cinema CINE BELENZINHO de frente a igreja São José do Belém perto do bairro do Brás Sp. Hoje no lugar do cinema é uma agência do Bradesco , minha avó materna era gerente geral do recinto, além do trabalho ofereciam moradia no local.
Quis o destino que Mamãe casasse com com um cineasta de filmes populares e assim vim ao mundo, minhas primeiras memórias são nos sets de filmagens. Para muitos a sétima arte alimenta a alma para mim alimenta alma e corpo, o pão de cada dia.
2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida. E há uma razão para a produção que citar ser destacada?
F.C.: São muitos os filmes que marcaram minha vida, difícil separar um, entre eles O Poderoso Chefão de Coppola,Doctor Zhivago de David Lean , gosto muito dos filmes da Boca do cinema O Porão das Condenadas de meu Pai Francisco Cavalcanti, Meia Noite Levarei Sua Alma do Mojica, o Rei da Boca do Clery. Destaco O Pagador de Promessas de Anselmo Duarte tive o privilégio de ouvir dele próprio a saga dessa produção e o feito de ser uns dos filmes brasileiros mais premiado do mundo até hoje o único filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro.
3) Quem trabalha com cinema no nosso país, certamente o faz por amor. Você começou cedo, já como ator mirim. Trabalhou em filmes com seu pai na Era de Ouro do cinema nacional. E também viu as dificuldades no processo de realização de um filme como falta de incentivo e lucro baixo.
O que te motivou a continuar vivendo neste mundo, mesmo depois de adulto?
F.C.: Minha Disneyland foi a hollywood do cinema paulista a Rua do Triunfo , conhecida pelos pseudos intelectuais e críticos do cinema como: “ A Boca do Lixo ” ou reduto do cinema marginal Rua do Triunfo para mim foi mais que uma Universidade, lá vi desfilar grandes ícones do nosso cinema, como o premiado Ozualdo Candeias , Anselmo Duarte , Amácio Mazzaropi. Minha maior influência foi meu pai o amor que o envolvia a driblar todas as dificuldades resultados que seus filmes tinham nas bilheterias, uma carreira digna com muitos filmes em seu currículo, não sei se o amor pela sétima arte é genético, vivo do audiovisual e a readaptações que tive que enfrentar para continuar a levar o Pão de cada dia para casa.
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Lembra de alguma história legal que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar conosco? Alguma história de bastidores por exemplo…
F.C.: Não sei se são engraçadas mas devido ao pouco orçamento que tive para realizar as maiorias dos filmes, vi a criatividade em prova , tapete de sala virando um travelling, cinegrafista literalmente no cangote de seu musculoso assistente para realizar um movimento de Grua, vi tripés de refletores sendo transformados em metralhadoras cenográficas, antes do after effects, arranhamos nos fotogramas do negativo, desenhando faíscas para dar o efeito de tiro nos revólveres. São muitas histórias engraçadas, lindas lembranças.
5) Se pudesse, por um dia, ser um diretor (ou diretora) do cinema clássico (de qualquer país) e através deste dia, ver pelos olhos dele (a), uma obra prima sendo realizada, quem seria e qual o filme? E claro…porque?
F.C.: Seria Alfred Hitchcock ou antes, Cecil Blount DeMille não por um filme específico mas para ter aliado ao talento uma indústria fantástica que potencializa qualquer talento
6) Agora voltando à sua área de atuação. Qual trabalho realizado você ficou profundamente orgulhoso?
E em contrapartida, o que você mais se arrependeu de fazer, ou caso não tenha se arrependido, teria apenas feito diferente?
F.C.: Gosto em meu trabalho do filme O Regenerado, A Pensão, Dignidade .com Chanchada, mas vou surrupiar uma frase que gostava que meu pai falava: 'Meu filme predileto é o próximo filme que farei'. O Teatro tem grande vantagem sobre os filmes, você pode aperfeiçoar a cada apresentação.
É tão difícil realizar uma obra cinematográfica que não há arrependimento ,sempre orgulho mas comparo com o teatro, seria ótimo poder aperfeiçoar o trabalho a cada apresentação, seria ótimo poder ir melhorando o filme depois de masterizado.
É tão difícil realizar uma obra cinematográfica que não há arrependimento ,sempre orgulho mas comparo com o teatro, seria ótimo poder aperfeiçoar o trabalho a cada apresentação, seria ótimo poder ir melhorando o filme depois de masterizado.
7) Para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.
F.C.: Vou resumir: "A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… Precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
“O grande ditador”, de Charlie Chaplin
M.V.: Obrigado amigo. Foi uma honra
F.C.: Grato pela oportunidade. Forte abraço