Entrevista com Eni Novakoski
Seu nome é Eni Helena Novakoski. Nascida em Ponta Grossa, ela acumulou funções de atriz, cantora, modelo e atualmente é professora de inglês. Fez história trabalhando no cinema brasileiro em apenas 2 anos. Trabalhou em filmes classificados (pejorativamente, na opinião de muitos) como pornochanchada.
O termo "pornochanchada", fruto das junções das palavras porno com chanchada, serviu para classificar um tipo de filme que começou a ser produzido na passagem para a década de 1970, que, por uma confluência de fatores econômicos e culturais, em especial com a liberação dos costumes, produziu uma nova tendência no campo cinematográfico no questionamento dos costumes e na exploração do erotismo. Produto cultural tipicamente do Brasil, a pornochanchada gozou de muito sucesso comercial no país ao longo da década de 1970, não obstante o baixo custo de suas produções, realizadas principalmente na Boca do Lixo.
Eni Novakoski é a vítima de hoje das 7 perguntas capitais.
Boa sessão:
1) Como começou a trabalhar na indústria do cinema? Quando surgiu a primeira oportunidade de atuar?
E.N.: Quando mudei para São Paulo, aos poucos fui conseguindo alguns trabalhos como modelo e manequim. Felizmente, tive muita sorte. Conheci pessoas que me ajudaram e me incentivaram a entrar no mundo mágico do cinema. Minha primeira chance aconteceu quando fui indicada por um conhecido na SBT onde fiz participações em duas novelas e depois fui Tele Moça do Silvio Santos por um tempo.
2) Como foi ser uma musa? No que isto impactou sua vida? Havia muito preconceito por conta de sua beleza?
E.N.: Para uma moça vinda do interior, tornar-se musa, foi um sonho realizado, mas, não pude desfrutar desta fama em minha cidade, pois havia sim, muito preconceito na época, principalmente com atrizes de cinema nacional. Ouvi muitas críticas, até mesmo de familiares, mas o impacto em minha vida foi benéfico, pois com o fato de ser considerada musa, conheci muitos artistas famosos, convivi com pessoas inteligentes e importantes.
3) Sua carreira no cinema se concentrou em apenas dois anos, sendo que 8 dos 11 filmes tem data de 1978. Como foi trabalhar tanto num só ano e por qual motivo não continuou?
E.N.: No início da minha carreira atuava como modelo e manequim. Posteriormente fui chamada para fazer meu primeiro filme e com certeza devo ter agradado ao público e a crítica, pois atuar em oito filmes em um mesmo ano, não era para qualquer um. Foi bastante cansativo, mas o prazer em ser reconhecida e valorizada pelo meu trabalho me dava forças para conseguir conciliar tudo.
Nesta época, conheci meu marido, fui estudar em Denver Colorado e acabei optando por viver em Los Angeles, Califórnia onde também fiz algumas participações em filmes e trabalhos de modelo em Hollywood.
4) Qual filme considera o melhor trabalho de sua carreira? E por quê?
E.N.: Considero todos os filmes em que atuei os melhores, não consigo ter mais carinho por um ou por outro. Todos me trouxeram diferentes experiências e conhecimentos.
M.V.: Aliás, gosta de filmes em geral? Costuma assistir regularmente? Pergunto, pois nem sempre quem atua no cinema/TV tem hábito de assistir filmes.
E.N.: Adoro filmes! Assisto todos que posso, e não tenho um gênero em especial. Sou bem eclética. Por conta da minha profissão, procuro assistir mais filmes em inglês, assim uno o útil ao agradável.
5) Bom, quem gosta de cinema costuma ter suas preferências. Quais filmes marcaram sua vida?
E.N.: Aprecio muito a arte cinematográfica, então muitos me marcaram por algum motivo ou outro, mas um que marcou minha vida, talvez por eu ter me identificado um pouco com a historia ou personagem, não sei bem, foi "A história sem fim".
6) Fale um pouco dos seus próximos projetos. Tanto os que estão acontecendo quanto os previstos para começar.
E.N.: Estou com minha escola de inglês na cidade de Ponta Grossa há bastante tempo, mas ainda não tenho o reconhecimento esperado.
Estou me concentrando em fazer um diferencial, tanto como professora como escola. Mas, isso ainda é segredo! Posso adiantar que será para o bem das pessoas que ainda não tiveram a chance de aprender uma nova língua.
7) Para finalizar, se pudesse deixar uma lição do tempo que se dedicou ao cinema, qual seria?
E.N.: Parece clichê, mas realmente quem sonha com o mundo artístico, tem que ter muita perseverança, é realmente preciso correr atrás dos seus sonhos, e saber que nada é fácil, que tudo depende de sacríficos e de abrir mão de coisas que talvez um dia nos arrependamos, mas, se é um sonho, que se torne realidade!
M.V.: Obrigado Eny. Sucesso.